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TOMAS TRANSTRÖMER
( SUÉCIA )
Tomas Tranströmer (Estocolmo, 15 de abril de 1931 – Estocolmo, 26 de março de 2015) foi um poeta, tradutor e psicólogo sueco.
A poesia de Tranströmer tem uma grande influência na Suécia e em todo o mundo, sendo ele o poeta sueco mais traduzido: os seus poemas estão traduzidos em mais de trinta línguas. Recebeu numerosos prémios literários, como por exemplo o Prémio Literário do Conselho Nórdico em 1990 e o Prémio Nobel da Literatura em 2011.
Nascido em 1931, Tranströmer cresceu sozinho com sua mãe, uma professora, depois que ela se divorciou de seu pai. Ele começou a escrever poemas ainda na escola e teve seu primeiro livro de poesias publicado aos 23 anos. Transtörmer se formou em psicologia na Universidade de Estocolmo e ao longo de sua carreira, se dividiu entre a profissão de terapeuta e a de escritor.
Foi psicólogo de profissão até 1990. Trabalhou como psicólogo em prisões, centros de detenção juvenil e com viciados.
Tranströmer iniciou-se na poesia aos 23 anos de idade. O seu primeiro livro intitulava-se 17 dikter (17 poemas). A maior parte da sua obra é escrita em verso livre, embora também tenha feito experiências com linguagem métrica. Na sua escrita nota-se uma certa disciplina horaciana. Redigiu cerca de uma quinzena de obras numa longa carreira dedicada à escrita.
Viveu os últimos anos na ilha de Runmarö, longe dos olhares do mundo e dos meios de comunicação.
Em 1990 foi vítima de um acidente vascular cerebral que o deixou em parte afásico e hemiplégico.
Continuou a escrever e publicou três obras, como "O Grande Enigma: 45 Haikus".
REVISTA DA ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL. No. 11 – jul./dez. 2023. Editor: Flavio R. Kothe. Brasília, DF : Editora Cajuína, Opção editora, 2023. 165 p. ISSN 2674-9495 No. 10 227
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda
Tradução do sueco por Marcos Freitas:
Dó Maior
Quando desceu à rua depois do encontro amoroso,
a neve rodopiava no ar.
O inverno chegara
enquanto eles dormiram juntos.
A noite reluzia branca.
Ele ia rápido pleno de alegria.
A cidade inteira em declive.
Sorrisos passantes —
todos riram por trás dos colarinhos levantados.
Era grátis.
E todas as interrogações começaram a cantar a existência de Deus.
Assim lhe pareceu.
Uma música soou
e percorreu a neve vertiginosa
com passos largos.
Tudo na caminhada levava a nota dó.
Um compasso trêmulo direcionado a nota dó.
Uma hora acima dos tormentos.
Foi fácil!
Todos riram por trás dos colarinhos levantados.
*
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Página publicada em novembro de 2024
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